Família:
Responsável:
Valandro
Altino José Mengarda

 

FAMÍLIA VALANDRO

 

Os Valandro são originários da cidade (paesello) de Castelnuovo (TN - Itália), pequena porém bela cidade que faz parte da regional de Borgo Valsugana. Fica próxima às localidades de onde vieram muitos dos nossos trentinos: Samone, Strigno, Scurelle, Vill’Agnedo, Telve, Roncegno, Torcegno e outras muitas, pois as cidades distam entre si poucos quilômetros. Fica a uns 35 quilômetros de Trento e uns 125 de Veneza.

Para quem lê a história dos Valandro emigrados, vai se defrontar com um pequeno enigma inicial: os registros trentinos de emigração falam de dois Francesco Valandro emigrados, ambos de Castelnuovo. Um deles rumou para o Espírito Santo em 1874 na famigerada e fracassada expedição Tabacchi com esposa e sete filhos, o maior deles com 14 anos. Comeram o pão que o diabo amassou e Francesco foi processado por Tabacchi como revoltoso e certamente foi um dos que amargou prisão no Rio de Janeiro, deixando a pobre Giovanna Trentinaglia e seus sete filhos na rua da amargura e talvez da mendicância na então capital do Brasil. Felizmente encontra-se registro que ambos morreram no Rio Grande do Sul, em Encantado, com mais de oitenta anos.

O Francesco Valandro que nos interessa, porque foi o que veio a Rio dos Cedros e deu origem à descendência dos Valandro dessa cidade, veio em 1875 com 39 anos, casado com Candida Bastiani e com dois filhos: Emanuela, de doze anos e Augusto, de cinco.

Estabeleceu-se esta família no lote 44 na margem direita do rio dos Cedros, entre as atuais localidades de São José e Rio dos Cedros, cujo título de posse recebeu em março de 1889. Quanto aos nomes dos filhos, há nos registros pequena confusão: os registros de posse dizem que Francesco se estabeleceu no lote 44 com dois filhos: Luigia, 13 anos e Augusto, 5 anos. Interpretações à parte, o mais certo é que a Emanuela que veio imigrada se chamasse Emanuela Luigia ou Luigia Emanuela. Houve vários casos de pessoas que vieram com dois nomes e aqui no Brasil perderam um deles nos registros. Aqui no Brasil todos se lembram de Luigia. Francesco e Candida tiveram aqui mais duas filhas, Amalia e Giuseppa. Luigia casou com Zaccaria Zanghellini, imigrado em 1880 com 21 anos e foram morar em Rio Ada constituindo família com seis filhos: Gioachino, Verginia, Orsola, Maria, Antonio e Luigi. Augusto (nascido em 24 de junho de 1870) casou com Juliana Swirkowski (filha de imigrantes poloneses, de Varsóvia, que naqueles anos pertencia a Russia) em 9 de fevereiro de 1882 e tiveram dez filhos: Clementina, Ferdinando, Erminia, Romana, Daniel, Maria, Querino, Elvira, Emilia e Adelaide. Maria e Emilia morreram ainda crianças. Nos registros da igreja católica constam ainda dois natimortos. Amalia casou com Costante Swirkowski, irmão de Juliana, os quais tiveram seis filhos: Francisco, Daniele, Ana, Miguel, Petronilla, Giuseppe. Giuseppa casou com Antonio Ropelatto do qual enviuvou. Pouco se sabe dela. Conhecida por ‘Pina’, casou com um polonês, mudando-se para outras terras, não se tendo mais notícias dela.

Além dos dois Francesco, houve outros Valandro emigrados. Encontramos nos registros dos emigrados de Castelnuovo em 1875 Pietro Valandro, esposa Domenica Fontana e cinco filhos. Nos de 1880 Giuseppe Valandro, de Scurelle, casado com Giovanna Tomè, cinco filhos. Nesse mesmo ano emigrou de Spera Ilario Valandro, vindo casado com Gioseppina e com duas filhas. Pelo grande número de gente Valandro no Rio Grande do Sul, pressupõe-se que estes três tenham emigrado para aquele Estado.

O livro - Eles Não Serão Esquecidos* -  traz pequena história da vinda dos Valandro ao Brasil. O livro traz a saga de nove emigrados Mengarda, mas os Valandro ocuparam pequeno espaço pois a mãe do autor, Ermínia, é uma Valandro, filha de Augusto e Juliana.

* Livro escrito pelo mesmo autor desse artigo, e pode ser adquirido diretamente com o mesmo.



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Agradecimentos: Marcel L. Zanluca